quarta-feira, 30 de março de 2011

impregnado tu

Porque voce não vem pra me levar dessa chuva dessa  cidade ?
Alguns pingos a mais podem fazer com que esse mundo de papel que eu criei se desmanche.
Não posso ficar mais. A minha loucura e sede parecem aumentar a cada dia .
E eu tento prever coisas da tua cabeça ... sempre caio.
Já não faz o menor sentido.
Esses balões que flutuam sobre a minha, a tua cabeça, eu tento enxergar-los, traduzi-los na  língua que só eu entendo, que seja mais convincente para mim.
Imagino teu ciúme, tua loucura, aliso teus cabelos, tomo a tua solidão para mim.
Abraço teu corpo magro sem pretensão maior do que te cuidar. Tomo as tuas dores como minhas e caminho as ruas que talvez tu possas caminhar.
Escrevo coisas que tu nunca lerás ou que terás para ti escondidas, perdidas, secretas entre teus dedos.
Brinco de palavras, confundo todos os desejos e desdenho todos os sentimentos que possam chegar até mim que não sejam o teu amor.
Amor de loucura, de não posso, de não é certo, de não sei.
Mudo meu cabelo, bebo em todos os lugares onde possam ter pessoas que eu não possa tocar, que eu não queira falar.
Me aproprio dos sentidos que as pessoas dão para as coisas e transformo-as, jogo-as fora, subverto seu sentido.
Porque tu não vem agora pra minha cama?
Porque eu não posso recriá-lo e ter-te como uma réplica só minha?
Porque eu não te acho perdido no meu travesseiro e roubo todos os teus desejos e alimento todas as tuas loucuras?
Porque eu não te vejo e te tenho sempre aqui por  perto ?
Porque tu não vens para minha cidade agora, encontra minha cama e faz dela teu lar?
Eu vou te esperar.

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