quarta-feira, 30 de março de 2011

quarta de cinzas

Eu vejo a tua cidade pela TV
Tão luminosa e tão cheia de cores.
Então eu vejo as estrelas opacas da minha cidade através da minha janela.
Elas são diferentes.
E eu queria estar aí
Enfrentar toda essa multidão, essa bagunça, esse caos e te encontrar
Te tirar daí
Acidade seria só nossa
Todos os bares e calçadas e músicas de bêbados.
Todas as casinhas coloridas e todos esses prédios cinzentos
E a gente teria uma janela bem grande e baixa para olhar todo o espetáculo caótico e alegre lá embaixo.
E nós teríamos as nossas vozes e beberíamos o quanto nós quiséssemos
E nossas mãos e risadas se tornariam uma majestosa orquestra mágica
E continuaríamos a ver todas essas luzes e cores
Aqui do nosso mundo, intocados.
E não teríamos hora para acordar ou cálculos para fazer.
Seríamos donos e escravos do nosso mundo.
Seríamos sós, reis desse mundo de mentirinhas
E criaríamos regras e teorias para duvidarmos e nunca levarmos fé
E daríamos o nome que quiséssemos para todas as coisas.
Então a poeira iria baixar e a cidade lentamente começar a silenciar.
As pessoas começariam a partir e todo o seu lixo aparecer.
As brincadeiras teriam fim
Teríamos, então, que nos vestir  em roupas limpas, juntar as nossas coisas e sair daqui.
É quarta-feira de cinzas, amor
O Carnaval chegou ao fim
Eu preciso voltar para minha cidade porque amanhã eu preciso trabalhar.
O Carnaval acabou, meu amor.

Um comentário:

  1. Minha amiga poeta na atividade novamente! Aiin seus poemas e textos são os unicos que leio com vontade! hsuhsushsushushsushsuhua
    Ta tudo bem, são os que mais leio com vontade.

    Chamo minhas quartas feiras de quartas de luto, tipo, pós noite de matemática.

    Amiga amei os textos, todos os 3 postados agora.

    Parabéns, sabe que te amo xuxu!

    Beijocas

    ResponderExcluir